Quando O Dia Mais Bonito se deu, já eu conhecia como as minhas mãos as miudezas dos graneleiros. O capacete, forrado de autocolantes, se dizia o que me ia por fora, melhor dizia o que me ia lá dentro. Mas do resto sabia pouco… Eu sabia lá o que eram muamba, rojões, cachupa, chanfana… Era o bicho mais ignorante que Deus deu à terra.
À hora de almoço, cada marmita era um livro.
Na barriga dos navios, debaixo do barulho dos quintos dos infernos, havia gente de toda a parte. Nem põem na vossa ideia o barulho que faz decapar um barco, arrancar-lhe a pele do lombo. Quando se tosquia um navio, ele também chora. Fiquem sabendo!
Nos dias mais alegres, um copinho com os companheiros nas tascas de Cacilhas; nos dias mais tristes, bandeiras negras no portão.
De vez em quando, tudo a caminho de Lisboa a dizer das nossas razões.
Havia um de Baleizão que tratava das coisas e arrebanhava o pessoal. Bom moço e cantava bem…
À hora de almoço, cada marmita era um livro.
Na barriga dos navios, debaixo do barulho dos quintos dos infernos, havia gente de toda a parte. Nem põem na vossa ideia o barulho que faz decapar um barco, arrancar-lhe a pele do lombo. Quando se tosquia um navio, ele também chora. Fiquem sabendo!
Nos dias mais alegres, um copinho com os companheiros nas tascas de Cacilhas; nos dias mais tristes, bandeiras negras no portão.
De vez em quando, tudo a caminho de Lisboa a dizer das nossas razões.
Havia um de Baleizão que tratava das coisas e arrebanhava o pessoal. Bom moço e cantava bem…
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Há homens de toda a sorte
Com sonhos e desenganos
Homens do Sul e do Norte
E também há Africanos
Cada qual seus apetrechos
Todos de azul são fardados
Aprendem os novos eixos
Outra raça de soldados
Quando toca a campainha
Está na hora do avio
Comi caril de galinha
Dei o caldo de safio
Os barcos de todo o mundo
Chegam doentes, idosos
Depois de uma volta a fundo
Partem muito mais vistosos
Os nossos representantes
Dizem com muito calor
Se não somos almirantes
Temos o nosso valor
Eu que nunca vi o mar
Nunca lhe senti o frio
Ando agora a remendar
A barriga de um navio
Com sonhos e desenganos
Homens do Sul e do Norte
E também há Africanos
Cada qual seus apetrechos
Todos de azul são fardados
Aprendem os novos eixos
Outra raça de soldados
Quando toca a campainha
Está na hora do avio
Comi caril de galinha
Dei o caldo de safio
Os barcos de todo o mundo
Chegam doentes, idosos
Depois de uma volta a fundo
Partem muito mais vistosos
Os nossos representantes
Dizem com muito calor
Se não somos almirantes
Temos o nosso valor
Eu que nunca vi o mar
Nunca lhe senti o frio
Ando agora a remendar
A barriga de um navio
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Música: João Gil
1 comentário:
Fabuloso, Mestre.
já anexei aos recursos para o 9º ano ;)
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