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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A VOZ E A ALMA

Para a Amélia que me deu as duas

Alma:
Vi-te a espreitar pela melancolia
À espera que eu vá passar por aí
Voz:
É uma forma triste de alegria
De ver o que me vai dentro de ti

Alma:
O mar não é tão grande e a saudade
Não chega para vestir essa intenção
Voz:
De que me serve o traje da verdade
Se fico mais bonita de ilusão

Alma:
És tu quem vai à frente e no entanto
Ficas sempre a um passo de chegar
Voz:
Eu só ando o que levo neste canto
Quem ouve dê o passo que faltar

Alma:
Se não me alcanças porque não desistes
E tentas agarrar uma miragem
Voz:
Se existo é só porque tu existes
Nascemos irmãs da mesma viagem

Alma:
Quem sabe, qualquer dia em qualquer lado
A gente vai sorrir do que foi dito
Voz:
Quem sabe se daí se faz um fado
Sem versos porque então está tudo escrito

Música: João Gil

3 comentários:

Estranho Fulgor disse...

Para as almas de vocês todos, João Monge, Amélia Muge e João Gil, o meu desejo de eternidade para as vossas criações retrato de muitos de nós.

Beijinhos!

tsiwari disse...

Muito, muito bonito.

Parabéns!

Anónimo disse...

Descobri esta blogue via vozes da rádio e já o sintonizei enquanto seguidor.

abraços

miguel