Ouço vozes, doutor
Gosto de ti, meu amor
gritos de estranhos lugares
da paz depois do teu cio
de línguas que nunca ouvi
mas sangro do teu feitio
Ouço vozes, doutor
das lavas desse interior
lamentos que não pari
que queimam tudo o que dizes
Os meus ossos são altares
Mas quando só, penso em nós
ao eco de qualquer dor
penso no voo das perdizes
Tenho o meu corpo alugado
na linha recta de um tiro
a vidas que não vivi
E é para ti que me viro.
Será doença, doutor?
Será paixão, meu amor?
9 comentários:
Que coisa linda que tu escreveste, rapaz...
perfeito para um Jogral!!!
Vozes...?
Lindo demais...
Um poema, infinitas leituras...
João Monge, a versatilidade do que escreves até me põe a cabeça a andar à roda. Serão vertigens?
Que vertigem mais bela!! Muitos beijos.
Dois poemas conversando.
QUe brilhante triste e revelador diálogo.
Marie
- «não se nasce impunemente no alentejo!»
-«fado de poeta?»
(...)Eu hei-de ser das cerejas
Da vertugem dos cardumes
Do mistério dos pardais
Hei-de ser o que tu sejas
Aquilo em que te resumes
As orações naturais(..),João Monge.
Eu hei-de ser, sempre, da vertigem da tua poesia, uma nota de música que seja! E muito agradecida, por isso mesmo.
Beijinhos
gralha: Da vertigem dos cardumes...
Que multiplicidade de leituras.....
Lindo! Adorei!
ema
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