Ela puxou pela pimenta
pisou os limites
para a tal ementa
densa de apetites
daqueles que pingam da esquina da Lua
Abriu a garrafa que há muito
jazia guardada
estrela inviolada
fera mansa e brava
que há muito aguardava e bebeu à sua
Lavou o peito com essências
Abusou dos sais
Chutou as prudências
e por querer mais
soltou o cabelo e o olhar brilhou
Mandou passear os chinelos
enfiou uns saltos
tão finos e altos
que a moral subiu
Gostou do que viu e rodopiou
Abriu o Livro dos Conselhos
na palavra amor
Mostrou os joelhos
mais do que o pudor
sempre protegera dos olhares ateus
Virou as pestanas em arco
e pintou uma linha
Com o gosto que tinha
do batom vermelho
deu um beijo ao espelho e escreveu “Adeus”
Música: Jorge Prendas
6 comentários:
E saiu vestida para matar...de amor.
Lindo
Marie
Sempre lindo o que escreves! Não sei que possa dizer mais...beijos e bom fim de semana.
adeus é uma palavra terrível...
Ai migo, já não há superlativos!
Vislumbra-se um íntimo contentamento neste adeus
Há dias em que a gente se solta, quebra amarras, transgride as regras.
E isso sabe sempre bem.
Muito embora se saiba que são dias com um adeus no fim...
Adoro as tuas versalhadas.
Pronto.
E adeus.
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