Nasceram-me romãs nos dedos
E papoilas no nariz
Acorda! Mamã, acorda!
Tenho os lençóis a pegar
E uma corda de enrolar que me puxa pela cinta.
Acorda, mamã! Acorda!
Já estou farto de chorar, de chamar pelo teu nome...
Como te chamas, mamã?
Tenho fome...
Lava-me as mãos e a cara
das papoilas e romãs
Embala-me todas as noites, ensina-me a descansar
e eu juro que vou chamar
por ti,
todas as manhãs
4 comentários:
Com esta das romãs deixaste-me sem comentário...gostei. Beijos.
Ai as nossas mães... limpam-nos das romãs e das papoilas, para nos encherem de pétalas de rosa.
Concordo com a Lena. Por isso, devemos dar às mâes Cravos Vermelhos.
Bj
MM
Nunca me esquecerá um comentário que me deixaste em tempos, quando, lá no meu Peciscas me referia à morte da minha mãe Maria José.
Nessa altura deixaste-me com os olhos embaciados.
E como essa emoção está de regresso após ter lido este poema, vou disfarçar:
-mas que tolice, João!... Então não sabes que as romãs nascem numa árvore e as papoilas nos trigais?
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