AQUI HÁ

terça-feira, 28 de abril de 2009

ÁGUA E SAL

a água é a bonança
verde que toda a terra tem
água a quem se dança
quando falta, nossa mãe
mãe sem idade
ventre da flor, da cascavel
água é amor: água da pele
corpo liberto à prisão da forma
água é vontade
sem dor nem norma

água é tristeza, é véu de olhar
mas é sempre a mãe do céu
depois de se embriagar
na luz que o arco-íris tem

mãe de cardumes e mil alquimias
de todos os cumes e benta nas pias
água que é deusa da vida e da esperança
criada nas águas é toda a criança
água dos lábios, da estrela remota
toda a criação numa simples gota

água dos mares, do céu e do pranto
água do ventre: divino poder
o mais doce encanto de qualquer mulher
água que é mãe. ser inicial
toda ela contem
uma pitada de sal

5 comentários:

gloria disse...

água faz nascer tudo de novo, lava o que sobra, o que escorrega, o que é detrito, o que não se agrega. de outro modo, água amor na
envolve aquele que ainda vai nascer, água-saliva entre línguas, água eescorre generosa na forma de poesia. teu poema é fonte de beber. bjs

Batom e poesias disse...

Preciso de um copo bem grande para beber da sua poesia.

Beijos poeta
Rossana

Paula Raposo disse...

Gostei do teu poema. Sensual. Beijos.

peciscas disse...

Da água fomos nascidos.
Na água somos vividos.
Em água nos purificamos.
Por água matamos.
Sobre águas nos afastamos.
Á àgua sempre regressaremos.

Lena disse...

Fizeste-me sede...
Aceito este teu copo de poesia e sua pitada de sal. Obrigada!

Beijo.