É quase a noite
É quase um lago vazio,
o luar de um deserto cego e frio.
A mão fechada e nada,
é ter a espada e nada:
órfão de paixão.
Ter prazer na solidão.
Dançar com a tempestade,
morrer um pouco em cada dia,
sorrir da eternidade e não saber como seria.
Voltar ao mar de madrugada e morrer longe do mar,
sem fogo e sem ardor,
é não sonhar
a importância do amor.
Música: Manuel Paulo (OUVIR)
6 comentários:
Uma das muitas maravilhosas coisas que escreves...tenho no carro a gravação pela voz do Nuno Guerreiro. A música condiz na perfeição! Que delícia ter passado por aqui hoje. Obrigada. Beijos.
Joào, esses teus fios de inspiraçào me dizem do balanço incessante de quem dança com a tempestadade, de quem acompanha os movimentos da maré, de quem sabe dos meandros do solidào. bela cançào. bjs
Belo "assobio" à solidão.
Beijo.
noites assim é que nos justificam os dias...
Como seria o mundo sem artistas como tu, o Manuel Paulo, o Camané, para nos ajudarem a sonhar a importância do amor?
Certamente que só poderíamos morrer longe do mar.
Ouvi a música. É bonita, mas seu poema é tão mais forte...
Dançar com a tempestade e sorrir da eternidade...
Esse é o poeta!
beijos
Rossana
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