correu água da fonte
e do teu ventre vi o céu
e não entendi
que a linha do horizonte
partia de dentro de ti
lavaste-me no mar
e todo o mar já era meu
e não entendi
que me estava a baptizar
com o nome que o destino me deu
deste-me a estrela polar
numa caixinha
pra me dar sorte e levar
ao mais distante lugar
sozinha
onde não pudesse ter
a tua voz pra me valer
tu deste-me a estrela polar
abriste-me os teus braços
e vi o tamanho dos céus
e eu entendi
que tinha de te deixar
que foi para isso que nasci
adeus!
Música: Manuel Paulo
6 comentários:
Lindo e comovente poema feito daquele modo aparentemente simples (graças a muita depuração) como só o João Monge sabe!
Muito belo, João! Beijos.
Enquanto que em ti, as palavra não se gastam... em mim, já não sei como hei-de dizer quanto gosto do que escreves.
Beijo.
Também já disse esse adeus.
Hoje não consigo dizer mais nada...
João
Mesmo quando não entendo muito bem o que queres dizer, ainda assim, me comoves.
Chegou-me ao Brasil um presente maravilhoso do querido Mário Lopes: Livros de poemas e cds de fado. Estou ouvindo Aldina Duarte cantando João Monge.
Lindo!
Teus versos me presenteiam direta e indiretamente.
Beijos poeta
Rossana
Cam., antes de mais o desenho é realmente espantoso. Estas palavras, apetece pegar nelas e fazer agora a operação inversa. Era impossível não voltarmos a fazer uma bela canção. Abraços. MP
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