Tenho um corvo à flor da pele
Vive de uma ferida aberta
Acorda quando me deito
Levanta voo do meu peito
Sempre, sempre à hora certa
Passa por aquela casa
Onde resta uma roseira
Dá contigo junto ao mar
Beija-te sem te acordar
Depois fica a noite inteira
Entra pela minha vida
Como a Lua no jardim
Pendura tudo o que valha
No gume de uma navalha
Traz-me pedaços de mim
Tenho um corvo à flor da pele
Um irmão da minha idade
Acorda quando me deito
Levanta voo do meu peito
Diz que se chama Saudade
Música: João Gil
7 comentários:
Muito, muito, muito bonito...
Beijo.
Perfeitamente belo! Gostei imenso. Muitos beijos.
Que lindo Monge.
Esse mesmo corvo devagar me traz de volta, as vezes.
Se não a mim mesma, aos amigos.
Marie
Mais uma belíssima variação do João Monge sobre a saudade. Na voz da Aldina é uma mulher. E como voa!...
Além desse corvo, tens à flor da pele o segredo que transforma as palavras em voos para a emoção.
É uma das mais lindas definições de "Saudade" que já li.
Adorei João!
bjs
Rossana
Tão bonito...
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