há macieiras no ar
e um anjo de bicicleta
a casa tem uma lua
e um barco sentado ao colo
a cadeira de embalar
dedilha a lira secreta
nas nuvens da minha rua
que voam de pólo em pólo
a casa tem duas mãos
na lua há uma janela
onde dançam mariposas
no fole da concertina
todos se chamam irmãos
filhos da mesma aguarela
nascem pardais das rosas
e eu sou a sua menina
a casa tem duas mãos
e eu sou a sua menina
a casa tem duas mãos
e eu sou a sua menina
Música: Manuel Paulo
7 comentários:
Com que mestria escolhes e ordenas estas palavras coloridas que fazem sonhar, carregadas de encantamento e magia, nascidas na tua casa poética, onde mora uma menina!
Lindíssimo poema, delicadamente tecido
pela tua enorme imaginação, graça e sensibilidade. Gostei muito.
Boas partenaire!
Linda! Espero poder cantarolá-la com a minha Patanisca.
Abreijos!
As casas da nossa infância, com o decorrer do tempo, sempre se tornam em ilhas onde nós somos meninas.
Hoje o dia correu-me bem. Gostei!
Conservar o encantamento da infância pela vida fora, é um segredo que poucos dominam.
É preciso agarrar esse segredo com ambas a mãos.
mmmm até dá vontade de rodopiar (a quatro mãos)
"Na lua há uma janela"
Que verso mais lindo, João.
Como todo o poema.
bjs
Gosto dessas mãos da casa...beijos.
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