AQUI HÁ

terça-feira, 8 de setembro de 2009

ILHA DA INFÂNCIA

há macieiras no ar
e um anjo de bicicleta
a casa tem uma lua
e um barco sentado ao colo
a cadeira de embalar
dedilha a lira secreta
nas nuvens da minha rua
que voam de pólo em pólo

a casa tem duas mãos
na lua há uma janela
onde dançam mariposas
no fole da concertina
todos se chamam irmãos
filhos da mesma aguarela
nascem pardais das rosas
e eu sou a sua menina

a casa tem duas mãos
e eu sou a sua menina

a casa tem duas mãos
e eu sou a sua menina

Música: Manuel Paulo

7 comentários:

Mário Lopes disse...

Com que mestria escolhes e ordenas estas palavras coloridas que fazem sonhar, carregadas de encantamento e magia, nascidas na tua casa poética, onde mora uma menina!
Lindíssimo poema, delicadamente tecido
pela tua enorme imaginação, graça e sensibilidade. Gostei muito.

llidia disse...

Boas partenaire!
Linda! Espero poder cantarolá-la com a minha Patanisca.
Abreijos!

mariaivone disse...

As casas da nossa infância, com o decorrer do tempo, sempre se tornam em ilhas onde nós somos meninas.

Hoje o dia correu-me bem. Gostei!

peciscas disse...

Conservar o encantamento da infância pela vida fora, é um segredo que poucos dominam.
É preciso agarrar esse segredo com ambas a mãos.

San disse...

mmmm até dá vontade de rodopiar (a quatro mãos)

Batom e poesias disse...

"Na lua há uma janela"

Que verso mais lindo, João.
Como todo o poema.

bjs

Paula Raposo disse...

Gosto dessas mãos da casa...beijos.