não vejo a hora de voltar
e resgatar tudo o que é meu
para me enfiar nos teus sapatos
e me esconder no teu chapéu
não vejo a hora de voltar
a ser tua presa na praia
“vê se me consegues caçar
e tirar-me as penas da saia”
quem dera
ter o passado a tiracolo
espalhar a vida no meu colo
e a saudade na janela
quem dera
voltar a ter, voltar a ti
dar volta e meia ao que vivi
e ser para ti sempre a mais bela
não vejo a hora de voltar
largar as malas no salão
trepar por ti sem te falar
espalhar as asas pelo chão
não vejo a hora de voltar
morder-te a língua, ser malvada
para te ouvir: por que voltaste?
e eu responder: voltei pra nada
quem dera
ter o passado a tiracolo
espalhar a vida no meu colo
e a saudade na janela
quem dera
voltar a ter, voltar a ti
dar volta e meia ao que vivi
e ser para ti sempre a mais bela
Música: Manuel Paulo
5 comentários:
Só li agora a letra, não ouvi com a música, mas o teu poema por si só já tem música!!
Beijos.
Somos portugueses e a saudade para nós tem sempre um travo especial.
E tu, poeta português, sabes explicar isso mesmo de uma forma exemplarmente diferente.
Quem dera, João, tudo isso que escreveste...
Passo para agradecer o poema com a devoção de uma fã incondicional, que está encantada por tua poesia.
Um beijo, querido poeta.
Rossana
Belo, belíssimo, como sempre!!!!
Um grande abraço
Emília e Quim
Quanta doçura e delicadeza na tua poesia, João Monge! E quanta nostalgia se desprende dela! És um mestre e as tuas palavras uma benção para a alma.
Um abraço.
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