Às vezes sinto-me bem…
Sinto-me filho legítimo da casa na falésia
e o herdeiro da janela
Sinto-me a parte impura do mar
ou seja, aquela que não serve para nada,
mas lhe dá significado
Às vezes sinto-me o velho
que ainda não sou e sinto-me bem
como se o sol me atravessasse
para se desfiar no gato que me dorme ao colo
Sou a extensão do gato
Às vezes sinto-me bem…
Sinto que tudo o que fiz de errado
acabou por bater certo
E é por isso que existem a casa, o mar, o sol, o gato..
Deve haver uma razão cósmica para tudo isto
no fundo da minha algibeira
juntamente com a lista do supermercado
Já não tenho idade para andar de bicicleta
Sem mãos
7 comentários:
perfeito
João
Excelente foto, lindo poema!
Lá no fundo da tua algibeira, juntamente com a lista do supermercado, bem que deve haver uma razão para isso.
Mil beijos
Cada vez acredito mais que há uma razão cósmica para tudo e que no fim a vida se encarrega de juntar todos os pedaços e de lhes dar sentido.Belo poema.Parabéns
Que bela imagem, esta!!
Bom, e o poema, está......delicioso!!
Ema
Deves ter uma algibeira como a do Poeta JGF: ele tinha uma de onde tirava um regato que punha a correr pelo café...
Só os poetas têm algibeiras assim...
Poema maravilhoso! Encantou-me! Fico-lhe grata por esse deleite...
Um abraço
Lindo, lindo poema!
Sinta-se, sempre, não importa de qual modo for...
Sentir é o essencial...
O resto, o resto vai ficando pro final...
Adorei!!!
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