Ela contou as horas,
os minutos, os segundos
reviu a sua saia pela milésima vez
ajeitou as laranjas que escondeu dos vagabundos
e disfarçou com rouge a sua timidez.
Vaporizou os pulsos
e a barriga com perfume
passou de novo a escova num assomo de vaidade
até os velhos gestos ateavam novo lume
ouviu o coração a toda a velocidade
e assim partiu menina
e assim voltou mulher
Depois tudo esqueceu
valeu a natureza
e assim se revelou no milagre da nudez
porque se Deus a fez à sua imagem e beleza
foi para nos prendar com a primeira vez
e assim partiu menina
e assim voltou mulher
Música: Jorge Prendas
6 comentários:
Infinitamente belo!
Tão, tão bonito!...
Apetece-me comentar este poema num dialecto curdo antigo, só para poder dizer o mesmo, sem parecer do mesmo: gosto muito das tuas versalhadas... e afins.
Volto para o próximo! Talvez em esperanto.
Lena
Muito bonito.
Mesmo, maravilhoso.
Marie
Amei.
Até me parece familiar.
Um grand4 beijinho da tua MMM
menina e moça, portanto!...
Muito Bom! Divino.
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