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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

PARTIU MENINA, VOLTOU MULHER

Ela contou as horas,
os minutos, os segundos
reviu a sua saia pela milésima vez
ajeitou as laranjas que escondeu dos vagabundos
e disfarçou com rouge a sua timidez.

Vaporizou os pulsos
e a barriga com perfume
passou de novo a escova num assomo de vaidade
até os velhos gestos ateavam novo lume
ouviu o coração a toda a velocidade

e assim partiu menina
e assim voltou mulher

Depois tudo esqueceu
valeu a natureza
e assim se revelou no milagre da nudez
porque se Deus a fez à sua imagem e beleza
foi para nos prendar com a primeira vez

e assim partiu menina
e assim voltou mulher

Música: Jorge Prendas

6 comentários:

Anónimo disse...

Infinitamente belo!

Anónimo disse...

Tão, tão bonito!...
Apetece-me comentar este poema num dialecto curdo antigo, só para poder dizer o mesmo, sem parecer do mesmo: gosto muito das tuas versalhadas... e afins.

Volto para o próximo! Talvez em esperanto.

Lena

Silvestre Gavinha disse...

Muito bonito.
Mesmo, maravilhoso.
Marie

Anónimo disse...

Amei.
Até me parece familiar.
Um grand4 beijinho da tua MMM

San disse...

menina e moça, portanto!...

André Sebastião disse...

Muito Bom! Divino.