AQUI HÁ

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A MÁSCARA

dispo-me da pele que trago e com outra verdade minto
para encarnar o papel que de mim esperas
quando acreditas no que sinto

amei-te trinta vezes com as tuas trinta vidas
e soubeste sempre a partida
ainda à hora de chegar
despida de vir do fundo de mais um rio que secou
ainda te falta meio-mundo
e eu não sou tanto mar

claro que és igual a mim, ou bem melhor do que eu
mas uma coisa te digo:
não há carrosséis no céu com o destino ao contrário
esqueletos bastam no corpo
e um ou dois no armário

2 comentários:

peciscas disse...

Essa máscara não é só a de um Carnaval ritual e pre-datado.
É aquela que afivelamos aqui e ali, com a naturalidade de quem sabe que "não há no céu carrocéis com o destino ao contrário".
A vida é como é...

Paula Raposo disse...

A máscara que se vai usando para inverter o que ainda falta...beijos.