AQUI HÁ

terça-feira, 29 de setembro de 2009

SÓ PENSO NISSO

Boca de leão
Olhos de falcão
Faro de outro ser que faz ão ão...
Misturar o ser
A terra e o céu
Até não saber
O que é meu ou teu

Pernas de anarquista
Mãos de carteirista
Boca de sacana a quem ninguém resista
Há-de ser a sós
Será tudo nosso
Até que um de nós
Diga: estou que não posso!

Faço o que quiseres
Até compromisso...
Para não dizeres que eu só penso nisso

Fome de jibóia
Teia de aranhão
Cavalo de Tróia no meu coração
Há-de ser a dois
Dois e mais nenhum
Para que depois
Sejam só dois em um

Faço o que quiseres
Até compromisso...
Para não dizeres que eu só penso nisso

Faço o que quiseres
Hoje ou nem por isso...
Eu sei que tu queres que pense nisso

Eu sei que tu queres que pense nisso

Música: Manuel Paulo

3 comentários:

Mário Lopes disse...

Mais um delicioso poema, João Monge!
Quanta graciosidade! Mas, gostava que me explicasses como é isso de "pernas de anarquista"...
Um abraço.

peciscas disse...

Uma bonita canção sobre uma coisa em que a gente pensa muitas vezes... E ainda bem!

Paula Raposo disse...

Soube-me a ironia...beijos.