Sei que me viste passar e disfarçaste
Eu fingi que passei sem dar por ti
Desviaste o olhar mas sei que olhaste
Porque me encandeei quando te vi
Sonhei dias a fio fazer-te adeus
Viraste os olhos à Lua para não dar azo
Se alguém disser que me viu juro por Deus
Que passei à tua rua só por acaso
Senti o teu olhar nas minhas costas
Sei o bem que me faz ao coração
Gosto de te cruzar, tu também gostas
E um dia não és capaz de fingir que não
Música: João Gil (Fados de Amor e Pecado)
5 comentários:
ah... João...
Esses amores não declarados, esses flertes delicados, esses desejos açucarados....
Você é mestre !!!
Te ler é leve...
é brisa...
é amor...
Obrigada por encantar nossos dias !
beijo
Um fado mesmo a preceito. Daqueles em que a gente se deita, circulando nas veias de uma guitarra.
Tu sabes mesmo da poda.
E não é a fingir, não,
Que cruzando com o teu poema
Me foge o coração
Para aquilo que é um dilema:
Finjo que não e nada lhe digo
Ou digo que sim e arrisco
E logo vejo o que consigo
Se o seu não em olhar arisco
Ou o se o sim que persigo.
Diz-me lá então, João,
Vou ter com ela ou não?
A tua poesia é encantatória e de uma graciosidade sem par! Desperta-nos vontade de te imitar. Só isso, claro. És um mestre!
Um abraço.
Quantas vezes faz-se isso pela vida...
Disfarces discretos para não enfrentar emoções perigosas.
Demorei a vir mas me demorei também lendo tudo o que não tinha lido.
Adoro a delicadeza com que tece os teus versos.
Como diz o Mário, tu és o mestre.
Saravá, João!
bjs
Rossana
atrás de ti uma longa tradição meridional e namoradeira.
um grande fado, além disso!
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