Quem me espera toda a vida?
Desde o dia em que nascida
a vida é só uma passagem...
É um fado que começa,
é um rio que se atravessa
sem se ver a outra margem
O lírio sabe que parte
e por isso tem a arte
de espalhar lírios ao vento
Não há mais luz nem tristeza
que os saberes da natureza
e que não são pensamento
Quem me espera toda a vida?
Aquela estrela escondida
que sempre chamou por mim...
Será que há outro lugar
além da poeira estelar?...
Às vezes penso que sim...
Não me deixes nesta hora
em que a estrela não demora
e o lírio tem a estação
A fé que há mais futuro
e este medo do escuro
que ao menos façam razão
Música: José Bacalhau (Fado Bacalhau)
8 comentários:
Para que não te falte nada e porque a mim nada faltou, na leitura compassada dos poemas que partilhas:
Bêjos grandes, migo!
E se houver "outro lugar
além da poeira estelar",
não preciso de um delírio,
Basta-me que tenha um lírio,
para quando eu lá chegar.
O teu poema é lindo!
Beijo.
sempre achei que a oração era a forma mais nua e despojada de falarmos connosco. fazê-lo, convocando a terra e o céu, é de Mestre, caraças!
Lindo o teu poema!! Como sempre...beijos.
Gosto do teu poema, especialmente porque fala dos lírios.....
Bonita esta entrada que está em cima!.....
Bjos Ema
a estrela è o brilho que move essa see eterna de criaçao. Viajando aqui pela Europa, pertinho de tua cidade, bjs, belo poema.
É porque temos medo do escuro que queremos que haja mais futuro.
Mas
Será que há outro lugar
além da poeira estelar?
Só verdadeiramente o saberemos, quando chegarmos à outra margem.Ou nunca saberemos?
Correntes do destino entre margens, entre céu e terra.
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