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quarta-feira, 22 de abril de 2009

PAIXÕES DIAGONAIS

Do que fala a madrugada
O murmúrio na calçada
Os silêncios de licor
Do que fala a nostalgia
De uma estrela fugidia
Falam de nós, meu amor

Do que sabem as vielas
E a memória das janelas
Ancoradas no sol-pôr
Do que sabem os cristais
Das paixões diagonais
Sabem de nós, meu amor

Porque volta esta tristeza
O destino à nossa mesa
O silêncio de um andor
Porque volta tudo ao mar
Mesmo sem ter de voltar
Voltam por nós, meu amor

Porque parte tudo um dia
O que nos lábios ardia
Até não sermos ninguém
Tudo é água que corre
De cada vez que nos morre
Nasce um pouco mais além

Música: Miguel Ramos

9 comentários:

Lena disse...

Oxalá o Amor não morra nunca e seja eterna renovação.
Poema lindo!

Beijo.

Paula Raposo disse...

Beijos.Passei aqui.

gloria disse...

essa água que corre, fica e irriga outras paragens. assim como tua poesia. bjs

anamarta disse...

A tua poesia é como uma onda gigante de beleza que nos inunda e lava a alma! é o eu que sinto!
Um beijo e um obrigada.

San disse...

quando tudo à nossa volta fala de "nós"... e quando se consegue fazer desse "tudo", voz, como tu fazes, ai minha mãe!!!

com senso disse...

Suavemente melancólico e serenamente convicto da eternidade dos verdadeiros sentimentos.
Muito belo este poema!

André Sebastião disse...

Está muito bom, muito bonito. As imagens que passam pela minha cabeça, resultado destas palavras são um quadro lindo de se ver.
Obrigado

peciscas disse...

Quando amamos, somos o centro do mundo. Tudo o que nos rodeia parece apenas o corolário daquilo que está dentro de nós.
Mesmo que adivinhemos que isso seja transitório e efémero.

João Gil disse...

O Poema é do cacete , e a escultura do Pé Curto é demais.