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sexta-feira, 3 de abril de 2009

PALAVRAS E SALIVAS

As nossas duas línguas enroladas
no compasso das valsas mais furtivas
Brilham no salão das bocas nuas,
fazendo das suas,
misturando palavras e salivas

As pernas viram quatro trepadeiras,
os braços quatro peixes nos lençóis
A pele ganha os deslumbramentos
dos quatro elementos,
brilhando no olhar de quatro sóis

Depois os nossos corpos se alucinam
na eterna explosão universal
E desce um anjo que nos encandeia
com uma breve ideia
do amor no big bang inicial

Música: Mano, demora muito?

5 comentários:

San disse...

cantar a carne, sempre. mas quando ela é proibida, ainda melhor, ainda por cima tão bem.viva a quaresma dos sentidos!

peciscas disse...

Eis um poema (que amanhã será canção) em que a explosão dos sentidos no tal big bang inicial (mas que dia a dia se renova) se propaga até nós nas palavras justas que encontraste.
E que o Mano não demore muito com a música que estas palavras ficam, desde logo, a exigir.

Paula Raposo disse...

Que delícia!!!

mariaivone disse...

Ai migo, por este andar ainda se acaba em sexo explicito. Acho que os teus comentadores habituais até devem estar um pouco engasgados.
Com as amêndoas... claro!

zoltrix disse...

o big ban inicial
como um gemido de paixão
ou orgásmica explosão
é que é uma ideia genial....
pois
inventaste uma deusa como companhia