Parti andorinhas, parti longe do meu telhado
Os barcos que jazem aqui foram de outro lugar
Quem sabe, amor
Onde vai
Quem sabe
A dor que nos cai
O vento passa por nós e o resto é o mar
Matei a rosa vermelha que usava ao decote
Tingi os lençóis com a raiva de amor e pecado
Olhai as mãos, meu amor
Olhai meus olhos, Senhor
Cantai guitarras, cantai a tristeza do fado
Fui carne de amor e ciúme
Fui vinho e loucura
Um cravo em botão,
Meu amor,
Preso à tua lapela
Chorei, amor, este fim
Sequei por dentro de mim
Deixei uma rosa vermelha à tua janela
Tracei o meu xaile no rosto
É de luto este fado
Lavei o teu sangue na chuva que leva a saudade
Olhai as mãos, meu amor
Olhai meus olhos, Senhor
Cantai guitarras, cantai a minha liberdade
Adeus amor que matei
O mar há-de encontrar o nosso coração
Adeus amor que jurei
Minha rosa de fogo e de paixão
Música: João Gil
4 comentários:
fabuloso, joão monge.mas olha, não é a morte do amor o seu único pecado?
Muito belo! Beijos.
Não há morte mais triste, do que a morte do Amor... e não há envolvência mais bela para a cantar do que a expressão do Fado.
Este, é particularmente bonito.
Beijo.
Amor, pecado, fogo, paixão. De tudo isto e de muito mais se tecem as teias de um fado que sobe ao nosso peito "nas veias de uma guitarra".
E tu sabes como é.
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