AQUI HÁ

sábado, 20 de junho de 2009

FADO DE AMOR E PECADO

Parti andorinhas, parti longe do meu telhado
Os barcos que jazem aqui foram de outro lugar
Quem sabe, amor
Onde vai
Quem sabe
A dor que nos cai
O vento passa por nós e o resto é o mar

Matei a rosa vermelha que usava ao decote
Tingi os lençóis com a raiva de amor e pecado
Olhai as mãos, meu amor
Olhai meus olhos, Senhor
Cantai guitarras, cantai a tristeza do fado

Fui carne de amor e ciúme
Fui vinho e loucura
Um cravo em botão,
Meu amor,
Preso à tua lapela
Chorei, amor, este fim
Sequei por dentro de mim
Deixei uma rosa vermelha à tua janela

Tracei o meu xaile no rosto
É de luto este fado
Lavei o teu sangue na chuva que leva a saudade
Olhai as mãos, meu amor
Olhai meus olhos, Senhor
Cantai guitarras, cantai a minha liberdade

Adeus amor que matei
O mar há-de encontrar o nosso coração
Adeus amor que jurei
Minha rosa de fogo e de paixão

Música: João Gil

4 comentários:

San disse...

fabuloso, joão monge.mas olha, não é a morte do amor o seu único pecado?

Paula Raposo disse...

Muito belo! Beijos.

Lena disse...

Não há morte mais triste, do que a morte do Amor... e não há envolvência mais bela para a cantar do que a expressão do Fado.

Este, é particularmente bonito.
Beijo.

peciscas disse...

Amor, pecado, fogo, paixão. De tudo isto e de muito mais se tecem as teias de um fado que sobe ao nosso peito "nas veias de uma guitarra".
E tu sabes como é.