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domingo, 8 de novembro de 2009

O ASSOBIO DA COBRA (A LETRA SOLTEIRA)

Quando escrevi O Assobio da Cobra com o Manuel Paulo deu-me na veneta escrever uma letra, que pelo seu tamanho entra na classificação de peixe-espada, para, de certa forma e ao meu jeito, agradecer aos cantores que participaram no disco.
Essa letra nunca viu a luz do dia.
Hoje deu-me na veneta publicá-la, sabe-se lá porquê…
Então cá vai, com um abraço para o Vitorino, Tim, Camané, Arto Lindsey, Isabel Abreu, Manel Cruz, Filipa Pais, Dany Silva, Carlos Gurreiro, Arnaldo Antunes, Vozes da Rádio, Sérgio Godinho, Graça Reis, Jorge Palma, Manuela Azevedo e Zeca Baleiro.

Camarada, um abraço especial para ti!

BOA NOITE, PESSOAL!

Boa noite, senhor Arto!
O senhor do assobio,
o avesso do silêncio.
Mais um copo que eu emborque
entre Sintra e Nova Iorque.
Boa noite, sô Gaudêncio!

Boa noite, Manel Cruz!
Foi de truz! Fado marado!
Tens os dentes e as nozes,
outras poses, outro ataque...
e por falar em sotaque:
Voa noite para as Bozes!

Graça Reis de sua graça
Boa noite, mulherão!
Mulherão da voz de mel,
uma mulher com tua voz
as nuvens éramos nós
Eu juro que era fiel!

E como diz o Vinícius
que é homem dos nossos vícios:
Saravá!
Sara, vá ver se eu estou lá!
Sara, vá ver se eu estou lá!

Boa noite, seu Baleiro!
A tua tribo sou eu,
filho da maçã de Adão!
Filipa que faz saltar,
do azul do seu olhar,
frutos da imaginação.

Boa noite, Vitorino!
Tu és letra de mulher
e chapéu de galanteio.
Sérgio, mais do que bem-vindo
nesta casa que vai indo,
boa noite, irmão do meio!

Tudo em pé que é boa noite!
Boa noite, Camané,
voz da saudade e da alma!
Voz da flor que se doeu,
que floriu e que se deu,
boa noite, Jorge Palma!

E como diz o Vinícius
que é homem dos nossos vícios:
Saravá!
Sara, vá ver se eu estou lá!
Sara, vá ver se eu estou lá!

Seu Arnaldo, boa noite!
Que trovão que você tem...
Samba também! Juro que vi!
Você sabe do intento
da mulher com seu acento.
Boa noite, sô Dany!

Aldo Brizzi, que prazer,
que prazer em conhecer!
Quem está longe também vê,
se não vê de olho fechado,
vê samplado!
Boa noite, pra você!

Boa noite, sô Guerreiro!
O guerreiro mais gaiteiro
de Lisboa, já sambava...
Manuela, eu sou assim:
deixo sempre para o fim
a cereja que faltava.

Boa noite, dos Da Weasel:
Dá-lhe gás e dá-lhe diesel!
Saravá!
Sara, vá ver se eu estou lá!
Sara, vá ver se eu estou lá!

5 comentários:

Anónimo disse...

Camarada, existe uma maquete desta canção. Chamar-lhe-ia aliás, uma promitente canção. Tenho-a algures na cave e misturava um rap mutante, mais ou menos incaracterístico com um acordeon. Achàmos-lhe na altura alguma graça,
graça essa que não se revelou suficiente para pegarmos no trecho mais a sério. Faz parte do nosso baú de Pandora, ou lá como é que se chama a senhora. Vou procurà-la um dia destes. Abraços e até amanhã. MP

Lena disse...

Encantaste-nos com o assobio e só agora vens com o bote final?
Então tinhas este "peixe-espada à cinta" e não partilhavas?!

Adorei!
Beijo.

zoltrix disse...

assim dito
é todo um Mundo dentro

que homenagem mais linda

o mar e a brisa do prazer de aprender disse...

Nasceu a palavra, tornou-se viva . Faz parte de nós. Parabéns. Abraços criativos.

Mário Lopes disse...

Também te acompanhamos nestas tuas companhias de bom gosto, companhias de uma vida.
Que lindo e gracioso que é este teu poema-retrato-homenagem!