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quinta-feira, 30 de abril de 2009

MENTIROSO NORMAL

Toda a gente mente
Quando fala com você
De mim
Será que gosta de você
Será que gosta de mim

Toda a gente mente com quantos dentes tem
Aprendeu no berço com a própria mãe
Que mente pra poupar o filho
Que mente pra evitar sarilho
Toda a gente mente com a cara que tem
Diz que está bem, e não está bem
Que ainda tem, e já nada tem

É pois, então, essa a razão
Porque toda a gente mente
Quando fala com você
De mim

Diz que eu sou assim-assim e coisa-e-tal
Mas afinal,
Muito franca, francamente:
Eu sou também
Um mentiroso normal

Música: Manuel Paulo

3 comentários:

Mário Lopes disse...

Muito franca, francamente:
O João Monge diz aquilo que sente
E não se preocupa que a gente
Pense que ele mente
Quando confessa recentemente
Que poeta nem morto.
Oh, João: francamente!

Paula Raposo disse...

Gosto imenso deste jogo de palavras...beijos.

peciscas disse...

Mas é este mesmo jogo de mentiras ou disfarces ou alternativas ou alter-egos ou defesas ou segundos sentidos, ou faces lunares ou seja-lá-o-que-for, que confere fascínio a uma personalidade.
Se fossemos todos transparentes correríamos o risco de ninguém dar conta de nós.